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segunda-feira, fevereiro 28, 2005

As acções do Presidente

M. Fátima Bonifácio, no Público de hoje, critica PSL. Entre os vários temas, tenta desmontar a tese (ela escreve "tese") de que o Presidente deveria ter demitido o governo em vez de dissolver a Assembleia, dado que PSL não prestava e a maioria na Assembleia não dava sinais de crise.

Procurei argumentos, porque sou dos que acreditam na citada tese, e o que encontrei foram coisas como

"Tratou-se então simplesmente de demitir um primeiro-ministro incompetente? Tivesse este sido o caso e estaríamos, de facto, perante um precedente indesejável, pois se reconheceria ao Presidente a faculdade de despedir um governo que ele no seu juízo achasse inepto, independentemente da maioria saida de eleições de que esse governo gozasse. Uma tal prática presidencial equivaleria a desrespeitar a vontade popular e a declarar o voto irrelevante. Sejamos francos: se o PSD e o PP estivessem realmente convencidos de que tinha sido isto que se passara, não teriam suscitado pelo menos um levantamento nacional? Ter-se-iam limitado a murmurar queixumes contra a injustiça do Presidente?"


Quer dizer, demitir um primeiro-ministro seria precedente indesejável, mas dissolver uma Assembleia é fixe... que raio de argumento!

Com argumentação tão fraca não admira que a autora recorra a processos de intenção, e se concentre sobre "se o PSD e o PP estivessem realmente convencidos..."

Já agora, podem os visitantes deste modesto blog deixar aqui pistas para compreender este mistério? Muito agradecido.

PS. Pacheco Pereira gostou do artigo de M. Fátima Bonifácio, e acha-o esclarecedor...

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