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domingo, julho 10, 2005

Terrorismos

Como diz João Pereira Coutinho (JPC) no Expresso, na sequência dos ataques terroristas os sábios do costume acusam a América e o seu presidente.

Mário Soares diz coisas como: "O sr. Blair teve em Londres o que o sr. Aznar teve em Madrid. É a mesma coisa. Porquê? Porque as pessoas estão desesperadas.

[...]

Aquilo que se está a fazer no Afeganistão, na Palestina e no Iraque é criar ninhos de terroristas e facilitar o terrorismo mundial."

A impagável Ana Gomes, ao referir-se às bombas que explodiram em Londres, fala de "retaliação terrorista". Num outro post: "Responsabilizei e responsabilizo a Administração Bush, mas também Blair, Aznar, Berlusconi , Barroso, Balkenende..."

Esta ideia de que o terrorismo é um género de legítima defesa e último recurso dos desesperados vende bem, é muito politicamente correcta, mas é falsa. Ana Gomes e Mário Soares deviam experimentar este quiz.

JPC relembra os ataques de Teerão em 1979, Beirute em 1983, WTC em 1993, Quénia e Tanzânia em 1998, USS Cole em 2000, 11 de Setembro de 2001. A invasão do Iraque não parece poder justificar tudo.

Como Vasco Pulido Valente sublinha no Público, a hostiliade do islão ao Ocidente não começou com o Iraque. O terrorismo quer ditar ao Ocidente uma política no mundo e influenciar a política interna das grandes potências. Não há apaziguamento que altere esta realidade.

Mário Soares defende o diálogo para lidar com a Al-Qaeda. A tal organização que, de acordo com os seus escritos, quer fazer o Ocidente parte do Califado e matar todos os infiéis. A tal organização que, ao reivindicar os ataques de Madrid, escreveu: "Vós amais a vida, nós amamos a morte."

"O diálogo é um luxo que não podemos permitir", na opinião de JPC, que o Ávido secunda.

Como apontava há dias António Costa Pinto nas páginas do DN, "...o desafio da democratização do espaço cultural muçulmano e, sobretudo, árabe, é o maior desafio do mundo ocidental".

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