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quinta-feira, março 23, 2006

Casa Pia

No Público de hoje:

Testemunha afirma que também havia raparigas nas orgias sexuais na casa do Restelo

Jovem falou em tribunal dos abusos
de que foi vítima na Casa dos Erres dos quais acusa figuras públicas e políticos

O jovem de 24 anos que, por se encontrar doente, interrompeu na passada quinta-feira o seu depoimento no tribunal que julga o processo da Casa Pia, voltou ontem a depor, na 160.ª sessão do julgamento, e afirmou que nas orgias sexuais na Casa dos Erres, no Restelo, também havia raparigas, relataram advogados presentes na sala, vedada aos jornalistas.
Questionado pelo advogado da Casa Pia, José António Barreiros, sobre se as raparigas em questão (que afirmou terem "13/14 anos") eram prostitutas, o jovem respondeu que não, segundo os mesmos relatos.

O jovem, voltou ontem a referir o nome de políticos como frequentadores da Casa dos Erres, e ainda os Paulo Pedroso e Carlos Cruz, disseram os mesmos advogados.

Segundo os mesmos relatos, a testemunha disse que foi levada pela primeira vez à Casa dos Erres por Carlos Silvino, em fins dos anos 80, passando depois a deslocar-se lá, pelos seus próprios meios, durante três anos, uma vez por semana.
Os menores entravam à vez, com um quarto de hora de intervalo, para não darem nas vistas, e saíam por uma porta diferente daquela por onde tinham entrado, adiantaram advogados ligados ao processo.

O jovem também relatou, segundo os mesmos advogados, os fins-de-semana na casa da Casa Pia em Colares.
E disse que fora abusado entre outros, por Paulo Pedroso, Manuel Abrantes, Luís Rebelo, ex-provedor da Casa Pia, José Pires, ex-director do Colégio Maria Pia, pelos educadores Magalhães e Ferrinho e ainda por estrangeiros que disse não saber identificar. Aos sábados de manhã, decorriam as filmagens, feitas por "estrangeiros".

Advogados presentes na sala do tribunal afirmaram ainda que o jovem referiu que ele e outro aluno da Casa Pia se zangaram com um outro aluno da Casa Pia, vítima e uma das principais testemunhas do processo, quando, em Fevereiro de 2003, viram que ele tinha na sua posse um dossier com cópias dos depoimentos das vítimas no inquérito e uma foto do ex-líder do PS Ferro Rodrigues com Luís Rebelo, que não consta do processo.

E disse que ele e os colegas roubaram o dossier e o entregaram àquela que era então advogada da Casa Pia, Sónia Pedrosa.

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