Educação!?
José Dias Urbano no Público de hoje:
De facto, ano após ano, ignorámos os sinais das mudanças que se iam verificando nas sociedades que pretendíamos emular. Em vez de fazer como elas, investindo na educação, na ciência, na organização e na inovação tecnológica, gastámos fartamente no consumo e na deseducação. Aos desafios civilizacionais, em permanente mutação, respondemos com ideologias românticas, importadas fora de prazo.
O Manifesto para a Educação da República, dirigido em 2002 ao Presidente da República, alertou para o facto de não estarmos a proporcionar aos nossos jovens as ferramentas intelectuais adequadas à idade em que vivemos. Contudo, um assessor da Presidência apressou-se a criticá-lo, afirmando que o Presidente "não tem uma visão catastrofista da educação em Portugal".
[...]
o Estado português exige, e muito bem, que o exercício de certas profissões fique ao alcance apenas de quem adquire formação científica apropriada. A formação científica exigida para o exercício das profissões de maior responsabilidade social adquire-se nas universidades. Ora, mal ultrapassam a porta da universidade, os estudantes começam governá-la em paridade com os professores! Isto, que não lembraria ao diabo, é imposto pela Assembleia da República na mesma lei em que impõe que os reitores sejam eleitos por assembleias constituídas maioritariamente por estudantes e funcionários! Assim, o governo das instituições, a quem cabe gerir a ciência nas fronteiras do conhecimento, está, "democraticamente", entregue a quem a desconhece!
[...]
a ciência e a cultura científica foram, ao longo de trinta anos, desvalorizados por uma ideologia disparatada que tem resistido a todos os apelos do espírito e da razão. Essa ideologia assenta em pressupostos absurdos, entre os quais destaco os seguintes: os estudantes não devem ser confrontados com desafios intelectuais, porque isso pode danificar irrepararavelmente a sua auto-estima; mais do que aprender, é preciso aprender a aprender; uma boa prática pedagógica permite, a quem desconhece uma ciência, ensiná-la a quem não a quer aprender! Até quando será possível continuar neste caminho de deseducação?
De facto, ano após ano, ignorámos os sinais das mudanças que se iam verificando nas sociedades que pretendíamos emular. Em vez de fazer como elas, investindo na educação, na ciência, na organização e na inovação tecnológica, gastámos fartamente no consumo e na deseducação. Aos desafios civilizacionais, em permanente mutação, respondemos com ideologias românticas, importadas fora de prazo.
O Manifesto para a Educação da República, dirigido em 2002 ao Presidente da República, alertou para o facto de não estarmos a proporcionar aos nossos jovens as ferramentas intelectuais adequadas à idade em que vivemos. Contudo, um assessor da Presidência apressou-se a criticá-lo, afirmando que o Presidente "não tem uma visão catastrofista da educação em Portugal".
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o Estado português exige, e muito bem, que o exercício de certas profissões fique ao alcance apenas de quem adquire formação científica apropriada. A formação científica exigida para o exercício das profissões de maior responsabilidade social adquire-se nas universidades. Ora, mal ultrapassam a porta da universidade, os estudantes começam governá-la em paridade com os professores! Isto, que não lembraria ao diabo, é imposto pela Assembleia da República na mesma lei em que impõe que os reitores sejam eleitos por assembleias constituídas maioritariamente por estudantes e funcionários! Assim, o governo das instituições, a quem cabe gerir a ciência nas fronteiras do conhecimento, está, "democraticamente", entregue a quem a desconhece!
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a ciência e a cultura científica foram, ao longo de trinta anos, desvalorizados por uma ideologia disparatada que tem resistido a todos os apelos do espírito e da razão. Essa ideologia assenta em pressupostos absurdos, entre os quais destaco os seguintes: os estudantes não devem ser confrontados com desafios intelectuais, porque isso pode danificar irrepararavelmente a sua auto-estima; mais do que aprender, é preciso aprender a aprender; uma boa prática pedagógica permite, a quem desconhece uma ciência, ensiná-la a quem não a quer aprender! Até quando será possível continuar neste caminho de deseducação?
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