| A Colecção Para um Novo Senso Comum: A Ciência, o Direito e a Política na Transição Paradigmática O autor considera que as sociedades e as culturas contemporâneas são intervalares: situam-se no trânsito entre o paradigma da modernidade, cuja falência é cada vez mais visível, e um paradigma emergente ainda difícil de identificar. Esta transição tem duas dimensões principais: uma epistemológica e outra societal. A transição epistemológica ocorre entre o paradigma da ciência moderna (conhecimento-regulação) e o paradigma emergente do conhecimento prudente para uma vida decente (conhecimento-emancipação). A transição societal, menos visível, ocorre entre o paradigma dominante - sociedade patriarcal; produção capitalista, consumismo individualista e mercadorizado; identidades-fortaleza; democracia autoritária; desenvolvimento global, desigual e excludente - e um novo paradigma, ou conjunto de paradigmas, de que apenas podemos vislumbrar sinais. A argumentação centra-se em três grandes campos analíticos: a ciência, o direito e o poder. O objectivo desta colecção é desenvolver epistemologias e teorias sociais que ponham travão à proliferação da razão cínica, que alimentem o inconformismo contra a injustiça e a opressão e, por fim, que permitam reinventar os caminhos da emancipação social. Para subverter a hegemonia de que ainda usufruem a ciência e o direito modernos, recorre-se frequentemente a uma tradição marginalizada da modernidade, o pensamento utópico. 4º Volume A Gramática do Tempo: Para uma Nova Cultura Política Este volume trata da reconstrução da tensão entre regulação social e emancipação social como condição para voltar a pensar e querer a transformação social emancipatória. Com base no que é designado por «epistemologia do Sul», propõe-se um pensamento alternativo de alternativas. Ante o colapso do contrato social da modernidade ocidental capitalista e colonial e a proliferação de fascismos sociais, é necessário reinventar a democracia, a cultura política e o próprio Estado. Em alternativa à democracia de baixa intensidade que hoje domina são propostas formas de democracia de alta intensidade através das quais é possível expandir os espaços públicos, tanto estatais como não estatais. As análises neste volume centram-se em articulações entre os espaço-tempo local, nacional e global. O Autor Boaventura de Sousa Santos nasceu em Coimbra, a 15 de Novembro de 1940. Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973). Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Director do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Unversidade de Coimbra. Director do Centro de Documentação 25 de Abril da mesma Universidade. Prémio de Ensaio Pen Clube Português, 1994; Prémio Gulbenkian de Ciência, 1996; Prémio Bordalo da Imprensa - Ciências, 1997; Prémio JABUTI (Brasil) - Área de Ciências Humanas e Educação, 2001; Prémio «Reconocimiento al Mérito», concedido pela Universidade veracruzana, México, 2005; Prémio de Ensaio Ezequiel Martínez Estrada 2006, da Casa de las Américas, Cuba, 2006. |