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segunda-feira, janeiro 31, 2005

Eleições no Iraque

Não podem dizer que é acontecimento irrelevante.

Contudo, para além de uma previsão errada do causa nossa , uns comentários sucintos de regozijo aqui e aqui (Abrupto) e aqui (Jaquinzinhos), mais um comentário do causa nossa, o silêncio sobre a matéria é ensurdecedor!...

Será que estão à espera de piores dias?
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domingo, janeiro 30, 2005


Peter Brueghel, Jogos infantis, 1560 Posted by Hello
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O Iraque votou. Quantos derrotados neste dia! Posted by Hello
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Cuidado!!

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sexta-feira, janeiro 28, 2005

Bem Visto

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Francisco Louçã e Freitas do Amaral são notícia

Vasco Pulido Valente fala da intervenção de Louçã, no debate com Portas, no Público de hoje. Cito: "Esta idiotia, que no fundo não passava de uma insinuação torpe, indignou toda a gente e a própria esquerda." Contudo, no mesmo jornal, Eduardo Prado Coelho diz: "Só por má-fé se pode compreender a vaga de indignação reaccionária que veio chamar a Louçã "reaccionário".

Eu fiquei indignado com a intervenção de Louçã, e não gosto que rotulem a minha indignação de reaccionária.
EPC insiste neste estratagema, de tentar colar a uma atitude com que discorda (crítica a Louçã) outras características, estas consensualmente indesejáveis (ser reaccionário).

Aliás, EPC refere também a posição pró-PS de Freitas do Amaral: "Ora, o que sucede com Freitas do Amaral é um percurso que o aproxima da esquerda, mas um percurso coerente, e cada vez mais marcado pela preocupação pelo interesse nacional." Mais adiante: "...uma posição sincera e firme em nome dos interesses do país tomada por um homem livre..."

EPC concorda com a intervenção de Freitas, logo o percurso deste passa a ter nota muito positiva. Se Freitas apelasse ao voto no PSD, como nas últimas eleições, como avaliaria EPC o seu precurso?

Resumindo: atacar a intervenção de Louçã revela má-fé e reaccionarismo, Freitas é um virtuoso progressista em trânsito.

Não estará EPC a oferecer-nos "argumentos" de um maniqueísmo muito primário?
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quinta-feira, janeiro 27, 2005

Freitas do Amaral e Guterres -- a mesma luta!

Guterres abandonou o governo de forma brusca. Alguns, como eu, sempre disseram que o fazia por uma única razão: preparar a sua candidatura à presidência. Era necessário criar um período de tempo suficiente para se libertar da má imagem governativa.

Freitas do Amaral começou a mudar a sua imagem política no dia seguinte à sua derrota contra Soares. Interpretei essa mudança, e todas as mudanças a que se sujeitou, da mesma forma: quer ser presidente e, para isso, julga precisar dos votos do "centro-esquerda". Desta vez até Jerónimo o topou logo.

Aí estão eles, em sintonia, a pedir maioria absoluta para o PS...

Creio que estes dois políticos são, neste aspecto de tudo sacrificar em nome de ambições políticas pessoais, do pior que temos. Um exemplo: Mário Soares foi sempre ambicioso, mas teve sempre um trajecto mais linear e consistente que estes. Alguém imagina Soares a abandonar uma luta? Ou a apelar ao voto no CDS/PP?

Nem Guterres nem Freitas serão eleitos com o meu voto.
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Sporting allez!

O Sporting perdeu um grande jogo, em que, para além de ter jogado bem, viu o seu miúdo Paíto marcar um golo lindíssimo.

O jogo foi, uma vez mais, manchado pela abitragem, citando A Bola, "Cartão vermelho directo para Hugo Viana (101 m), por agressão (inexistente) a João Pereira, que se fez à falta e iludiu o árbitro."
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quarta-feira, janeiro 26, 2005


Eliane Meunier Posted by Hello
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Uma gata, a minha gata. Posted by Hello
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Um gato, o meu gato. Posted by Hello
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terça-feira, janeiro 25, 2005

O progressista Louçã responde

No Público de hoje. Com muita retórica esquerda/direita, muito bons sentimentos na defesa das mulheres, etc e tal, mas... nem um pedido de desculpas. Vergonhoso!
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segunda-feira, janeiro 24, 2005

As virtudes públicas

Li Vicente Jorge Silva no causa nossa. Lamento constatar que, também ele, ao referir o caso Buttiglione, mostra grande desconhecimento dos factos e ligeireza. Buttiglione foi impedido de desempenhar um cargo, por ter sido acusado de delito de opinião.

Sobre o caso Louçã/Portas VJS toma uma posição de apoio à intervençao polémica de Louçã. Não esperava. A Portas, e a outros, tira a liberdade de expressar (ter?) opiniões, com base na sua vida privada.

Em ambos os casos: a liberdade sai a perder...
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Santana alarve, octogenários selectos

Do Bloguítica: "Pedro Santana Lopes acusou o Presidente da República de falta de coerência. Afinal, Jorge Sampaio preocupou-se com a interrupção da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI e não se preocupa com a recusa de José Sócrates em participar nos debates que Santana Lopes pretende.
Espantoso. O nível de demagogia, a falta de sentido de Estado e, sobretudo, o desnorte estratégico é inacreditável.
Continuidade ou mudança?
P.S. -- Ler "O 'Ze Maria'", in Portugal dos Pequeninos."

Fui ver, e encontrei no Portugal dos Pequeninos: "...Almeida Santos. Perguntado acerca do que é que andava a ler, Almeida Santos falou em ensaios, "muitos". Disse que já não tinha tempo para ler "romances" e do que mais precisava era de "ideias". Isto vindo de uma respeitável figura na orla dos oitenta, teve graça. [...] também Eduardo Lourenço, aos 81 anos, explicou lenta e serenamente a "vantagem" do pensamento. [...] Santana Lopes, que alarvemente gozou com as "velhas fronteiras", o que é que ele tem para nos oferecer em troca. Os fadistas do PPM? Os sempre estimulantes António Calvário, Artur Garcia ou Maria José Valério? Já percebemos que Lopes não vai resistir à sarjeta nesta campanha eleitoral."

Mas será que o Santana não pode espernear por um debate com Sócrates? O presidente, de facto, recebeu Marcelo. Chocaria se ele, em nome da abertura informativa, promovesse uma campanha eleitoral com debates entre os principais candidatos? Não compreendo como se pode catalogar este pedido enfático de um debate de "demagógico", "desnorteado", "sem sentido de estado".

Almeida Santos e Eduardo Lourenço são velhinhos simpáticos, intelectuais.
Santana é alarve, vai arrastar para a sarjeta... que raio de linguagem!

Neste blog simpatizamos muito com
António Calvário, Artur Garcia e Maria José Valério, (qualquer dia colocamos a Oração ou o hino do SCP em música de fundo...). São artistas populares, bem sabemos, mas óptimos! Foi triste a utilização dos seus nomes neste contexto.

Nunca se deve subestimar um adversário fraco, mesmo quando se sabe que ele é fraco.
Os ataques ao Santana, por estarem na moda, são, muitas vezes, desprovidos de categoria. É um erro!
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sábado, janeiro 22, 2005

O progressista Louçã

"Não me fale de vida, não tem direito a falar de vida", interrompeu Louçã. "Quem é o senhor para me dar ou não o direito de falar? O direito dá a Constituição e o povo que é democrata.", protestou Paulo Portas, enquanto Louçã, imparável, prosseguia: "O senhor não sabe o que é gerar uma vida. Não tem a mínima ideia do que isso é. Eu tenho uma filha. Sei o que é o sorriso de uma criança. Sei o que é gerar uma vida."

Foi assim, parece mentira, mas foi assim. Quem não tem filhos não pode exprimir-se sobre a vida...

O reaccionarismo de Louçã pode não ser surpreendente, como se pode ler no Abrupto.
Mas as reacções de apoio a Louçã impressionam, entre elas as que se podem ler no Público (Bloco Acusa Portas de Não Levar Conservadorismo às Últimas Consequências), que insistem nos aspectos privados da vida de Portas, ou mesmo certos comentários no Barnabé.

Vale a pena ler Helena Matos, no Público. No mesmo jornal, no editorial (sem acesso online), diz Eduardo Dâmaso: "Foi um truque baixo, uma frase assassina sem qualquer nexo de razoabilidade." Com a boa imprensa de que o BE dispõe, não é todos os dias que se encontram críticas às acções dos seus dirigentes.

Como diz o Sobe e Desce, "Salazar sobrevive onde menos se espera"...



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sexta-feira, janeiro 21, 2005

Em quem vou votar ???

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quinta-feira, janeiro 20, 2005

Um Escritor KZ

O Jornal de Letras de 19/1/2005 contém um artigo, não assinado, sobre Boaventura de Sousa Santos (BSS) (Escrita INKZ, no Brasil).

Na introdução ficamos a saber que BSS é um cientista social com uma vastíssima obra, conhecido e respeitado aquém e além fronteiras. Passo a citar:

"Com tanta obra e tanta acção, BSS, naturalmente, também suscita controvérsias, despeitos ou até «ódios de estimação». Até pelo seu assumido posicionamento político, embora não partidário, e pelo papel que desempenha, aqui e no estrangeiro, quer a nível universitário, quer no âmbito de iniciativas com o âmbito e o "fôlego" do Forum de Porto Alegre. E tudo isto contribuiu para que seja apagada ou objecto de «análises» que não têm nada a ver com a literatura uma sua outra vertente, de que aliás não costuma falar: a de autor de livros de poemas, editados sobretudo pela Afrontamento, do Porto."

É curioso como esta apologia de BSS encerra uma referência velada a Maria Filomena Mónica, para além de implicar, como é costume entre os defensores de BSS, que quem o critica é malta pouco culta ou de direita.

Escrita INKZ, é este o nome da obra poética de BSS agora editada no Brasil. (INKZ é para ler INkapaZ). Enquanto não nos chega um exemplar, ficamos com as palavras que o autor escreveu no prefácio (Desfácio):

"A Escrita INKZ pretende pôr a arte em movimento, mas para isso tem de se anti-mover. Caso contrário, transformar-se-ia ela própria em mais um movimento artístico e, como todos os outros anteriores, impediria outros movimentos alternativos de emergirem e se moverem. Daí o caracter sacrificial da escrita INKZ: não se move para que tudo o mais se mova."

Olé! Até os movimentos artísticos são infinitamente altruístas em BSS...

O ministro da cultura brasileiro, Gilberto Gil, que escreve na «orelha» do livro, não tem dúvidas:

"A inteligência vária e o génio múltiplo nem sempre estão em muitos. Eis aqui um caso em que estão num só: na plétora de potências de um só indivíduo."

Isto é o que se chama reconhecer as Kcidades de BSS...


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terça-feira, janeiro 18, 2005


António Ribeiro de Almeida (s/d) Posted by Hello
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António Ribeiro de Almeida, 1943 Posted by Hello
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sábado, janeiro 15, 2005


Edgar Allen Poe, em cima. Duas caras formadas por reflexões de duas metades da sua cara, em baixo.  Posted by Hello
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quinta-feira, janeiro 13, 2005

Sócrates recusa debate com Santana, 2ª parte

Sócrates defende a estabilidade fiscal, como se pode ler na BLOGUITICA.
(E eu a pensar que era de uma reforma fiscal que necessitavamos!) No mesmo post o comportamento do líder do PS é considerado errático, oportunista, ou ambos.
O Acidental lamenta também a recusa de Sócrates ao debate com Santana sobre economia.
O padrão começa a ser evidente: Sócrates ganha com o vazio. O vazio vai ganhar as eleições. E depois?

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Sonnet to Science, by Edgar Allan Poe


Science! true daughter of Old Time thou art!
Who alterest all things with thy peering eyes.
Why preyest thou thus upon the poet's heart,
Vulture, whose wings are dull realities?
How should he love thee? or how deem thee wise,
Who wouldst not leave him in his wandering
To seek for treasure in the jewelled skies,
Albeit he soared with an undaunted wing?
Hast thou not dragged Diana from her car?
And driven the Hamadryad from the wood
To seek a shelter in some happier star?
Hast thou not torn the Naiad from her flood,
The Elfin from the green grass, and from me
The summer dream beneath the tamarind tree?
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quarta-feira, janeiro 12, 2005

Sócrates recusa debate com Santana

O Público de hoje, numa notícia que não está online, noticia que Sócrates não quer um debate televisivo com Santana Lopes sobre economia. A justificação, dada por Jorge Coelho: "...o PS não se refugia nos estúdios de televisão". Ferro Rodrigues enfrentou Durão Barroso em debate similar em 2002, sem medo...

No editorial da mesma edição diz o director do jornal: "...o PS só teria vantagem em dizer o mínimo possível para não assustar nenhuma franja do eleitorado. Até porque já se percebeu que, em muitos assuntos, Sócrates tem as lições mal estudadas."

Com uma vitória confortável anunciada, mercê da incapacidade dos partidos do governo e da ajuda de Belém, Sócrates evita debates e impõe Paulo Pedroso em lugar elegível das listas de deputados...

O eleitorado merecia mais respeito, apesar de tudo.

Talvez todos se devam virar para os debates que, esses sim, são os dos nossos tempos, como o Herman versus Castelo Branco.
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terça-feira, janeiro 11, 2005


Paralelas nunca se encontram... Posted by Hello
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segunda-feira, janeiro 10, 2005

Um "grook" de Piet Hein (1905-1996)

The road to wisdom? - Well, it's plain
and simple to express:
Err
and err
and err again
but less
and less
and less.
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Los libros de acedrex dados e tablas
de Alfonso X o Sábio Posted by Hello
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domingo, janeiro 09, 2005

Um por todos, todos por Sousa Santos

O Público de 8 de Janeiro contém um texto, Filomena Mónica "Lendo" Boaventura Sousa Santos: nem debate sociológico nem crítica literária.

Este é resposta ao artigo de Maria Filomena Mónica publicado no mesmo jornal em 4 de Dezembro passado, O Sociólogo-Poeta Boaventura Sousa Santos.

Dois reparos.

  1. Não é curioso que Sousa Santos tenha por hábito ser defendido por terceiros de forma tão organizada? O artigo de dia 8/1/2005 é assinado nada menos que por Ana Gabriela Macedo, Ana Luísa Amaral, Armando Silva Carvalho, Bernardo Pinto de Almeida, Celina Manita, Diana Andringa, Fernanda Gil Costa, Francisco Louçã, Gabriela Moita, Gastão Cruz, Helder Macedo, Helena Carvalhão Buescu, Helga Moreira, Isabel Allegro de Magalhães, Isabel Pires de Lima, João Ferreira Duarte, João Teixeira Lopes, Manuel Gusmão, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa, Miguel Vale de Almeida, Paula Morão, Rosa Maria Martelo e Teolinda Gersão.
  2. Não merecerá comentário a citação que Mónica oferece, da introdução a um manual escolar da autoria de Sousa Santos, que transcrevo a seguir?
"Partindo deste manual, os docentes podem fomentar a capacidade de espanto e mesmo de indignação, elementos que em meu entender devem estar no cerne de um projecto educativo adequado ao tempo presente. Trata-se de um projecto orientado para combater a trivialização do sofrimento, por via da produção de imagens desestabilizadoras a partir do passado concebido não como fatalidade, mas como produto da iniciativa humana. Um passado que, tendo opções, não optou pelas que evitariam o sofrimento que foi e continua a ser infligido a grupos sociais tão vastos, em todo o mundo, e à própria natureza".

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