|

quinta-feira, dezembro 29, 2005

O presidente de todos os portugueses ontem


Mário Soares at his best... Posted by Picasa
|

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Iraque

João Pereira Coutinho no último Expresso:

"O Iraque?


BOA pergunta. A julgar pelo jornalismo que nos servem, a coisa oscila entre a guerra do Vietname e a Cova da Moura ao anoitecer. Um pouco de optimismo, que a quadra merece: na passada semana, caso não tenham reparado (e, a julgar pela imprensa, não repararam), os vietnamitas, peço desculpa, os iraquianos foram às urnas para eleger o Parlamento. Pela terceira vez neste ano e, ao contrário das outras duas, com forte presença sunita. A coisa amuou os terroristas. E as «inteligências» ocidentais amuaram com eles. Não há direito.

Claro que, com direito ou sem ele, nada disto significa que o Iraque será a Suécia das Arábias. É até provável que as divisões étnicas e religiosas acabem por arrastar um país formalmente democrático para um caldeirão de ódio e guerra civil. Não seria a primeira vez. Mas não deixa de ser estranho (atenção: estou a ser irónico) a forma silenciosa como o jornalismo ocidental parece seriamente desiludido com os progressos no Iraque. Não falo do óbvio - a remoção de Saddam, que devia bastar para um aplauso moderado. Falo do menos óbvio: uma maior capacidade para lidar com a «insurgência» (belo eufemismo); a existência de uma constituição equilibrada e decente, coisa única na região; uma maior liberdade de imprensa (mais de 150 jornais são publicados no Iraque); uma economia que cresce (o rendimento «per capita» duplicou desde 2003); e uma situação na vizinhança (na Síria, no Afeganistão e até no Egipto) que seria impensável há dois anos. Bem sei que, no meio de tudo, há 30 mil iraquianos e mais de 2 mil soldados americanos mortos. Mas, pergunto, será que estes números significam um imenso fracasso, como se diz por aí? Ou, coisa diferente, significam apenas que a possibilidade de um regime mais civilizado não se faz sem sangue, suor e lágrimas?

Pensem um bocadinho."

|

quarta-feira, dezembro 21, 2005

A ler na blogosfera

|

terça-feira, dezembro 13, 2005

A ler na blogosfera

|

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Eduquês

No Público de hoje, Guilherme Valente no seu bom estilo:

A ideologia que se implantou, aberta ou insidiosamente, nas escolas portuguesas nivela por baixo, cretiniza, gerando a frustração e o abandono, aceitando a indisciplina e, por isso, semeando violência e intolerância, reproduzindo e agravando, ela sim, as desigualdades, condenando à exclusão e à pobreza as crianças que nasceram na exclusão e na pobreza.
|

Amargo e suportável Eduardo Prado Coelho

Hoje, no Público, EPC atira-se a Souto Moura.

De novo o caso Casa Pia e de novo EPC a atirar-se exactamente às pessoas que aparecem do lado das vítimas: Pedro Strecht ("doce e insuportável"), Catalina Pestana ("transfigurada") e Souto Moura ("gato constipado com gripe").

EPC quer a demissão de Souto Moura. O Ávido quer a demissão de EPC, por manifesta desumanidade.
|

domingo, dezembro 11, 2005

O Eduquês

No Expresso de ontem, da autoria de Henrique Monteiro:

[...] Porque é uma cruz bem mais pesada do que qualquer crucifixo o ataque sistemático que vem sendo feito ao conhecimento científico, ao saber e aos valores.

Vejamos um exemplo esclarecedor: está numa comunicação de João Filipe de Matos, um
dos dirigentes do Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa e director da sua «Revista de Educação». Este académico,
responsável pela formação de professores, parte de um princípio claro, recorrendo a uma
citação: «nas sociedades capitalistas, a escola justifica e produz desigualdades».

Por isso, defende que - e cito para que não restem dúvidas - «a disciplina de matemática
deve ser urgentemente eliminada dos currículos do ensino básico». Matos prefere
que se ensine - volto a citar - «educação matemática». Ou seja, o professor tem uma
religião e quer impô-la. E o seu primeiro mandamento é que nada se deve ensinar, salvo
ensinar a aprender.

O mesmo responsável dá exemplos delirantes. Se o casal Silva quer ir do Campo Grande
ao Parque das Nações, com os seus dois filhos, e a viagem de autocarro custa um euro
por bilhete, quanto irá pagar?

Ora a resposta normal seria quatro euros. Mas isso é matemática antiga, cheia de mitos a
que Matos quer pôr um fim. Ao cabo de vários argumentos sociais, ecológicos e políticos,
Matos acha que quatro é muito, porque deveria haver desconto.

EU SEI que para a maioria dos leitores o professor Matos parece fruto da minha
imaginação. Mas não é. Existe e, como ele, existem inúmeros seguidores desta religião
que, um pouco por todo o Ministério da Educação, alastra as suas influências. Não só em
Portugal, mas à volta do mundo. Esta espécie de religião, baseada num incontrolável
relativismo, assentou arraiais na política da educação e criou o seu próprio credo - o
«eduquês».

[...]

Graças a esta religião, de que o prof. João Filipe Matos é um dos mais distintos
hierofantas, os valores, a sabedoria e o conhecimento são constantemente postos em
causa, como se fosse possível educar sem regras, mas apenas com excepções.

A viagem
do casal Silva ao Campo Grande é esclarecedora do seu incontrolável relativismo: 4x1 nem sempre são quatro; a resposta certa depende do ponto de vista do observador. E
qual é o ponto de vista do prof. Matos? Lembrem-se da citação inicial: nas sociedades
capitalistas, a escola justifica e produz desigualdades. Ele quer-nos todos iguais,
autómatos de um sistema comandado pelas suas ideias sobre o mundo e a vida. Do seu
lugar da academia, o prof. Matos forma os professores dos nossos filhos. E todos nós
acabamos a carregar a cruz que é a desgraça do seu ensino. Quem nos liberta desta
cruz?
|

O afilhado de Jorge Sampaio

No Público de hoje, não disponível online:

Jovens que acusaram Paulo Pedroso deverão ser julgados por difamação.

O Ávido já tinha previsto: as vítimas vão passar a réus.

Pedroso lá vai usando o sistema de justiça como ele é, uma arma de arremesso ao serviço dos poderosos.

Até quando vamos todos nós permitir esta vergonha?
|

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Debate Soares - Jerónimo e a Casa Pia

Mais uma vez Soares se referiu ao caso Casa Pia deixando implícito que agora está estabelecida a inocência dos indiciados do PS. Claro que está a faltar à verdade. O não pronunciamento de Pedroso está longe de equivaler à sua inocência, muito longe. Soares sabe-o bem, mas sabe o que dizer.

O actual Presidente da República, colega de escritório e grande amigo também de Vera Jardim, não está isento de culpas. Cada vez me convenço mais que um homem sério em Belém poderia ter tentado travar o branqueamento da pedofilia.
|

quarta-feira, dezembro 07, 2005

O branqueamento da pedofilia

Souto Moura, citado pela TSF:

"Quem tiver elementos que possam minimamente sustentar uma cabala que mos tragam, se continuam a afirmar a inocência e a dizer que isto é tudo uma construção e uma cabala por que é que em três anos nunca me trouxeram elementos por onde eu pudesse puxar para confirmar essa tese?".

As vítimas acusam algumas personalidades poderosas. Estas dizem que se trata de uma cabala...

Como podem os portugueses viver com este tratamento a que foram votadas as vítimas? Que lhes diz a nossa sociedade? Qualquer coisa como: "Vocês estão enganados, nós sabemos que estão destruídos e que foram abusados, mas não sabem bem as datas exactas dos abusos, nem os números de contribuinte dos agressores, portanto podem estar enganados..."

As declarações de Souto Moura estão a ser muito criticadas pela nossa imprensa, principalmente porque o PGR disse:

"a investigação do processo Casa Pia não foi a ideal, devido a resistências de todos os lados"

Quando o PGR diz o que todos sabem ser verdade, chovem críticas...

O Ávido, desde sempre do lado das vítimas, apoia estas declarações de Souto Moura.

|

terça-feira, dezembro 06, 2005

Presidenciais 1

O Ávido, por exclusão de partes, vota Cavaco.

Sucintas razões:

O Louçã é do Bloco e defende a baixa da idade da reforma.

O Jerónimo é comunista.

O Alegre é um poeta de esquerda.

O Soares está xexé.

Mas, após o debate de ontem (Cavaco-Alegre), surgiu-me uma questão: com Cavaco em Belém seria possível o branqueamento da pedofilia a que temos assitido? E lá surgiu mais uma hipotética razão para votar Cavaco.
|

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Via falta de tempo aqui fica uma parte do texto do matemático Laurent Lafforgue, a demitir-se do Haut Conseil à l'Education. Qualquer semelhança com a realidade portuga é pura coincidência.

Cette destruction est le résultat de toutes les politiques et de toutes les réformes menées par tous les gouvernements depuis la fin des années 60. Ces politiques ont été voulues, approuvées, menées et imposées par toutes les instances dirigeantes de l'Éducation Nationale, c'est-à-dire en particulier: les fameux experts de l'Education Nationale, les corps d'Inspecteurs (recrutés parmi les enseignants les plus dociles et les plus soumis aux dogmes officiels), les directions des administrations centrales (dont la DEP et la DESCO), les directions et corps de formateurs des IUFM peuplés des fameux didacticiens et autres spécialistes des soi-disant "sciences de l'éducation", la majorité des experts des commissions de programmes, bref l'ensemble de la Nomenklatura de l'Education Nationale. Ces politiques ont été inspirées à tous ces gens par une idéologie qui consiste à ne plus accorder de valeur au savoir et qui mêle la volonté de faire jouer à l'école en priorité d'autres rôles que l'instruction et la transmission du savoir, la croyance imposée à des théories pédagogiques délirantes, le mépris des choses simples, le mépris des apprentissages fondamentaux, le refus des enseignements construits, explicites et progressifs, le mépris des connaissances de base couplé à l'apprentissage imposé de contenus fumeux et démesurément ambitieux, la doctrine de l'élève "au centre du système" et qui doit "construire lui-même ses savoirs". Cette idéologie s'est emparée également des instances dirigeantes des syndicats majoritaires, au premier rang desquels le SGEN.

Tous ces gens n'ont aujourd'hui qu'un but: dégager leur responsabilité et donc masquer par tous les moyens la réalité du désastre.

J'avoue ne pas savoir s'ils étaient de bonne foi ou bien s'ils ont délibérément organisé la destruction de l'Ecole.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com