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quinta-feira, março 23, 2006

Saco azul -- saco roto

No Portugal Diário de hoje:

O ex-vereador socialista da Câmara de Felgueiras Horácio Costa disse hoje nunca ter recebido resposta às cartas que enviou, em 2001, ao primeiro-ministro António Guterres e aos ministros José Sócrates e Jorge Coelho, denunciando o saco azul no PS local.

«Seria bom que certas pessoas da direcção do PS fossem chamadas a dizer porque é que nada fizeram face às denúncias que lhes fiz», afirmou, frisando que escreveu em 2001 a José Sócrates, enquanto membro do Governo de António Guterres, denunciando os alegados contratos simulados entre o Município e a empresa Resin-Resíduos Sólidos, SA.

Horácio Costa falava à agência Lusa no Tribunal de Fafe no final da leitura da sentença de um processo em que Fátima Felgueiras foi condenada a pagar 12.500 euros de multa pela prática do crime de difamação.

O ex-colaborador da autarca, um dos que denunciou à Polícia Judiciária (PJ) de Braga os alegados esquemas do saco azul, disse que «é altura de responsabilizar, por omissão, aqueles que deveriam ter agido e não agiram, nomeadamente os dirigentes socialistas».

Referiu que «as cartas que escreveu constam do processo do saco azul» - em que também é arguido por suspeita da prática de quatro crimes - e realçou que «aqueles a quem foram endereçadas nem sequer as enviaram à Procuradoria-Geral da República».

Lamentou que «a outros nada tenha acontecido, como é o caso de um alto magistrado apanhado nas escutas telefónicas em conversas para favorecer Fátima Felgueiras», frisando que, em contrapartida ele próprio anda há seis anos pelos tribunais, como arguido em vários processos «depois de ter colaborado com a Justiça».

«Isto não pode ser só para o mexilhão», afirmou, dizendo-se um cidadão cumpridor que paga os seus impostos e tem suportado todos os custos dos processos judiciais.

Em 17 de Março, o Tribunal de Instrução de Guimarães acusou Fátima Felgueiras de 23 crimes, tendo mantido a acusação a 14 dos outros 15 arguidos.

Horácio Costa ficou acusado de dois crimes de corrupção passiva, sob a forma de cumplicidade e dois de participação económica em negócio, mas afirmou que desconhece porque está acusado.

O ex-vereador, conjuntamente com outro ex-colaborador do PS local, Joaquim Freitas, foi a principal fonte de informação que permitiu à PJ a conclusão do inquérito ao caso.

Inicialmente, os dois prestaram depoimento como testemunhas, mas vieram a ser constituídos arguidos por determinação do Ministério Público em Novembro de 2003.
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Jogo de Taça

O Sporting jogou bem ontem no Dragão. Foi lindo ver os jogadores de verde a jogar ao ataque e remeter o FCPorto para o seu meio campo. Foi lindo, mas depois a realidade veio ao de cima.

Este é o país de Fátima Felgueiras, Paulo Pedroso, Isaltino,
Ferreira Torres e... Olegário Benquerença.
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Casa Pia

No Público de hoje:

Testemunha afirma que também havia raparigas nas orgias sexuais na casa do Restelo

Jovem falou em tribunal dos abusos
de que foi vítima na Casa dos Erres dos quais acusa figuras públicas e políticos

O jovem de 24 anos que, por se encontrar doente, interrompeu na passada quinta-feira o seu depoimento no tribunal que julga o processo da Casa Pia, voltou ontem a depor, na 160.ª sessão do julgamento, e afirmou que nas orgias sexuais na Casa dos Erres, no Restelo, também havia raparigas, relataram advogados presentes na sala, vedada aos jornalistas.
Questionado pelo advogado da Casa Pia, José António Barreiros, sobre se as raparigas em questão (que afirmou terem "13/14 anos") eram prostitutas, o jovem respondeu que não, segundo os mesmos relatos.

O jovem, voltou ontem a referir o nome de políticos como frequentadores da Casa dos Erres, e ainda os Paulo Pedroso e Carlos Cruz, disseram os mesmos advogados.

Segundo os mesmos relatos, a testemunha disse que foi levada pela primeira vez à Casa dos Erres por Carlos Silvino, em fins dos anos 80, passando depois a deslocar-se lá, pelos seus próprios meios, durante três anos, uma vez por semana.
Os menores entravam à vez, com um quarto de hora de intervalo, para não darem nas vistas, e saíam por uma porta diferente daquela por onde tinham entrado, adiantaram advogados ligados ao processo.

O jovem também relatou, segundo os mesmos advogados, os fins-de-semana na casa da Casa Pia em Colares.
E disse que fora abusado entre outros, por Paulo Pedroso, Manuel Abrantes, Luís Rebelo, ex-provedor da Casa Pia, José Pires, ex-director do Colégio Maria Pia, pelos educadores Magalhães e Ferrinho e ainda por estrangeiros que disse não saber identificar. Aos sábados de manhã, decorriam as filmagens, feitas por "estrangeiros".

Advogados presentes na sala do tribunal afirmaram ainda que o jovem referiu que ele e outro aluno da Casa Pia se zangaram com um outro aluno da Casa Pia, vítima e uma das principais testemunhas do processo, quando, em Fevereiro de 2003, viram que ele tinha na sua posse um dossier com cópias dos depoimentos das vítimas no inquérito e uma foto do ex-líder do PS Ferro Rodrigues com Luís Rebelo, que não consta do processo.

E disse que ele e os colegas roubaram o dossier e o entregaram àquela que era então advogada da Casa Pia, Sónia Pedrosa.
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sábado, março 18, 2006

Casa Pia

Hoje, no Público:

Testemunha acusa dois políticos de abusos pedófilos
Isabel Braga

Advogado da Casa Pia defende nova investigação para "tranquilidade da opinião pública" e "benefício dos visados"

A avaliação psiquiátrica de Carlos Cruz, pedida pelo tribunal e ontem junta aos autos, não é conclusiva. Afirmando que "não é possível definir uma personalidade pedófila", os peritos afirmam: "Não se encontram indicadores que probabilisticamente correlacionem a personalidade do examinado com a prática dos factos que lhe são imputados." Referem que "os traços de carácter dominantes (...) são os obsessivos, os narcísicos e os paranóides", mas sem configurarem "perturbações da personalidade". Mas, reflectem, "o auto-relato da sua história é tão perfeito e ideal que pode parecer suspeito", tendo "uma preocupação vincada em transmitir boa imagem de si próprio".

O julgamento do processo Casa Pia voltou ontem a ser agitado por acusações de abusos sexuais contra importantes personalidades políticas, desta vez por parte do jovem de 24 anos que presta declarações como testemunha e já não como assistente e vítima no proceso, pelo facto de ser maior de idade, relataram advogados presentes na sala do tribunal, fechada à comunicação social.

Este jovem, interno na Casa Pia desde os sete anos, disse ter sido logo nessa idade violado numa estação de serviço por Carlos Silvino, antigo motorista na Casa Pia e principal arguido no processo, que, segundo relatou a testemunha, o levou, quando ele tinha oito anos, a casa de Jorge Ritto, onde foi abusado por este embaixador e por dois políticos conhecidos, afirmaram as mesmas fontes.

O jovem disse que só muitos anos depois, quando trabalhava num hotel em Sintra e viu um desses políticos na televisão, soube quem era. Quanto ao outro, soube quem era por ter perguntado, quando o viu num café, numa localidade no concelho de Sintra, segundo relatos dos advogados presentes no julgamento.

Outra casa que a testemunha referiu como palco de abusos de que foi vítima foi a chamada Casa dos Erres, no Restelo (segundo o processo, o número 4 da Rua Rodrigo Rebelo), que disse ter frequentado durante três anos, a uma média de uma vez por semana, e onde, para entrarem, os menores tinham que se identificar com nomes começados por "R". Aí decorriam orgias sexuais e havia heroína e cocaína à disposição, contou o jovem, que disse ter visto, nessa casa, Paulo Pedroso com Carlos Cruz a "snifar cocaína". E que, na mesma casa, fora abusado pelo apresentador televisivo e por um antigo jogador do Benfica, segundo relatos dos advogados.

Testemunha
em catálogos pedófilos

O jovem contou ainda que ia aos fins-de-semana à moradia da Casa Pia em Colares, para participar em filmes pedófilos, e que, nessa casa, estavam o ex-provedor da instituição Luís Rebelo e o ex-provedor adjunto Manuel Abrantes, arguido no processo, que ele também identifica como abusadores. Esta testemunha surge, aliás, em catálogos pedófilos, juntos ao processo, onde aparece fotografado na Casa de Colares, quando tinha oito ou nove anos. E relatou ao tribunal que continuou a ser abusado até aos 16 anos, nos locais que indicou e ainda numa casa em Cascais onde "só havia estrangeiros".

Ontem, segundo relatos do julgamento, o jovem foi confrontado pelo procurador do Ministério Público, João Aibéo, com uma mensagem que enviou ao inspector da Polícia Judiciária Dias André e ao psiquiatra da Casa Pia, Álvaro de Carvalho, quando da libertação de Cruz e Ritto. Na mensagem, dizia-se revoltado pelo facto de as pessoas que abusaram dele estarem "cá fora" e afirmava ainda que se queria "matar". João Aibéo perguntou-lhe se tinha algum interesse no processo, ao que ele respondeu: "Sim, quero que estes homens vão para a cadeia por aquilo que me fizeram."

À saída do julgamento, o advogado da Casa Pia, José António Barreiros, afirmou que, dadas as acusações da testemunha, "devem ser feitas novas investigações para aclarar as situações" descritas, para "tranquilidade da opinião pública e para benefício dos próprios visados".
Esta testemunha foi questionada pelo Ministério Público e pelo defensor de Cruz, Sá Fernandes, mas não terminou o seu depoimento, por estar com febre. O julgamento recomeça na segunda-feira, com nova testemunha, prevendo-se que o jovem que ontem depôs em tribunal volte a ser ouvido mais tarde.

Jovem acusou políticos importantes, ainda no activo, de terem abusado dele, em criança.
Próxima sessão
Segunda-feira, às 9h30
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sexta-feira, março 03, 2006

Freitas, ainda Freitas (e ainda ministro!)

No Público de hoje, as declarações de Freitas do Amaral na AR sobre as caricaturas:

"Considerou que os ataques aos edifícios eram "uma reacção condenável, mas compreensível, face às ofensas enormes feitas à comunidade islâmica por um jornal da extrema-direita dinamarquesa"."

O Ávido está abananado. Isto não chega para Freitas se demitir? Este pós-colonialismo parolo não vai dar bom resultado...
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quinta-feira, março 02, 2006

Caricaturas para quê?


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